Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
10 comentários:
Florbela Espanca...a minha poetisa favorita.
Gostei muito da fotografia.
Beijinho
Uma grande escritora sim.
Beijos
na vida tudo passa, mas por vezes passa de uma forma que parece que estamos a ver a nossa vido passar numa tela de cinema
bj
Florbela inspira... sempre.
Beijos ternos, al querido.
ººº
Gostei do pormenor da foto, bem como da poesia.
As vezes que apanho esse metro (Martim Moniz)
Abraço!
Multiolhares, pena que seja um filme onde não se pode voltar atrás... ás vezes apetecia.
Beijos
É verdade Teca. Beijos
Jota Ene, quem sabe não nos cruzámos por lá já algumas vezes. Abraço.
EU TENHO A COLECÇÃO COMPLETA DE FLORBELA MAS O MUNDO DEPRESSIVO DELA MEXE COM O MEU E NÃO CONSIGO IR ATÉ AO FIM...
ADOREI A FOTO E O POEMA
Pois é Pedras Nuas, tem vários textos que marcam.
Beijos
Excellente
Work
Tank you for sharing
Thanks Skizo.
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